quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A ferida

“Puxava, como um saco, a perna ferida”*
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Não deixeis que uma ferida se alastre, que um desentendimento se aprofunde. Pois se essa profundeza for de um rio, morre-se, se for de uma mágoa, morre-se, se for de uma gangrena, morre-se. De todo modo morre-se algo. Seja uma perna, uma vida, uma amizade ou uma idéia.


Página 77, do livro Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago, Prêmio Nobel de Literatura.

 

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