segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011


Quanto a mim, meus senhores, eu sempre saúdo com entusiasmo as sentenças absolutórias. Eu não temo pela moral e pela justiça, quando dizem “inocente”, mas, pelo contrário, sinto satisfação. Mesmo quando a minha consciência me diz que, absolvendo um criminoso, os jurados cometeram um erro, mesmo então eu rejubilo-me. Julguem por si mesmos, senhores. Se os juízes e os jurados acreditam mais no “ser humano” do que nas testemunhas, nas provas materiais e nos discursos, será que essa “fé no ser humano” não está de per si acima de quaisquer considerações cotidianas? Essa fé só é acessível àquelas poucos que compreendem e sentem o Cristo”.



   Página 111/112 do livro Um homem extraordinário de Anton Tchékhov

 

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