sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O ser poeta

“_Não, eu não compreendo nada_respondeu ela com decisão, disposta a conservar sua incompreensão intata. _Nada. E o que eu compreendo ainda menos que tudo_continuou em outro tom_ é por que você não toma “soma” (soma é um comprimido para esquecer as mazelas) quando tem essas idéias horríveis. Você as esqueceria completamente. E, em vez de se sentir infeliz, ficaria alegre”*.

“Não sou alegre nem triste: sou poeta.” (Cecília Meireles)

É disso que falo quando falo tanto em minhas dores. Claro que quero saná-las, mas mais do que isso, quero estar e ser livre para ficar triste e escrever sobre dor, ficar alegre e escrever sobre o amor, vice-versa ou ser simplesmente poeta e sendo poeta ter a liberdade de não escrever nada.
P.s: Ser poeta não é ter um cargo público.


Página 128, do livro Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley.

 

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